Nos últimos dias vimos o central Riad ‘soltar a voz’ ao jornalista Bruno Voloch e reclamar da falta de pagamento de salários referente ao tempo que atuou no Corinthians-Guarulhos. Assim como ele, outros jogadores, entre eles, o medalhista olímpico Sidão, se manifestaram através de uma nota de repúdio onde citam a AAAESB/Montes Claros (detendora da vaga na Superliga), a AIG (associação gestora da equipe) e a Confederação Brasileira de Vôlei.
No momento, o que se vê através das notas oficiais, é que continuamos no mesmo ciclo vicioso, onde os interesses de cada instituição seguem um padrão que se evita responsabilidades. A criação do fair play financeiro (algo exigido pela Comissão de Atletas) deveria auxiliar os jogadores e os próprios clubes, porém não é isso que ocorre e acaba sendo um mero documento arquivado pela CBV.
Infelizmente, o que vemos hoje são atletas que não recebem salários e acabam não entrando na justiça para não sofrerem represaria de outros clubes. Já as equipes correm para garantir patrocinadores (muitas vezes sem nenhum seguro de que iram pagar durante a temporada) apenas para manterem o projeto vivo. Enquanto isso, a CBV joga a responsabilidade para atletas e clubes, dizendo apenas que não se envolve em contratos entre as partes, ou seja, foge do que deveria ser o seu interesse, no caso o bem maior do voleibol e seus realizadores.
O ‘caso Riad’ não é o primeiro e não será o último. Atualmente, não é só falta de interesse, mas até mesmo aqueles que querem mudar isso se vêem presos ao mesmo sistema que vem a temporadas ocorrendo. E no final se rendem pois acabam se vendo sozinhos e sem força (financeira, estrutural e, muitas vezes, mental) para seguir em frente. Abaixo listamos o que poderia ser feito para evitar situações como essas.
CBV: Abrir mão da organização de campeonatos interclubes (Superliga, Copa Brasil, etc), ficando exclusivamente com a seleção brasileira. Aliás, o que mais dá visibilidade e ajuda financeira a entidade. Quem poderia intervir é o governo federal, criando leis que diminuem o poder das federações em prol dos clubes e dos atletas.
Clubes: Unidade (essa palavra é fundamental). A criação de uma Liga independente, mas não gerada pelos próprios clubes e sim por uma empresa terceirizada (especializada em marcas, marketing esportivo e gestão de negócios). Com um regimento bem claro, onde a entrada de cada equipe seria através de um raio-x financeiro, estrutural e de trabalho de base. Aqui estaria o responsável por cotas de TV e liberação de imagens a serem distribuídas aos clubes.
Jogadores e Comissão Técnica: Criação de uma Comissão de Atletas e CT (mas sem vinculo com a CBV), sendo responsável por coordenar agentes, registros e contratos de transferências. Aqui teríamos um órgão capaz de cuidar realmente do atleta e dos membros das comissões técnicas (jurídica e financeira), pois parte do salário iria para essa instituição manter sua estrutura e realizar um seguro aos membros.
Imprensa: Abrir mais espaço para esse esporte, buscando alternativas não apenas na TV, mas no Streaming. Mais interação com os clubes e jogadores, onde suas marcas podem aparecer (sem cortes ou exclusão de nomes), além de um maior trabalho em relação a estrutura de transmissão. Não apenas na hora do jogo, mas no pré e pós.
Claro que aqui coloco minha
opinião, como editor do Espaço do Vôlei, e que existem outros fatores que podem
melhorar o voleibol nacional. Exemplos a serem seguidos não estão apenas fora
do Brasil, mas bem perto de nós (olhem o NBB, que não é perfeito, mas vem se
aprimorando a cada ano).
foto: Divulgação
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